São-Tomé, 28 Jul 2023 (STP-Press) – O ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidade, Alberto Pereira, colocou esta manhã o cargo à disposição do primeiro-ministro e chefe do Governo, na sequência das suas recentes declarações à imprensa sobre a Angola e Portugal, relativamente, à ajuda à Guiné-Equatorial no ensino da língua portuguesa.

“Por ter consciência da gravidade da situação, e assumindo as minhas responsabilidades, decidi remeter ainda hoje uma carta à sua excelência o primeiro-ministro e chefe do Governo, colocando o meu lugar à disposição”, disse Alberto Pereira, numa conferência, na sala de reuniões do ministério.

O ministro acrescentou que o seu pedido visa salvaguardar a sua imagem, a imagem do Governo e, sobretudo, a imagem do país, cabendo agora o primeiro-ministro e chefe do Governo a decisão final.

A situação surge a pouco menos de um mês da realização da 14ª cimeira dos Chefes de Estado e de Governo dos países da CPLP, a ter lugar em São Tomé, de 21 a 27 de Agosto próximo, e o ministro Alberto Pereira “reconhece o grande apoio, contributo e disponibilidade manifestada por todos os Estados membros na concretização dos nobres objectivos da comunidade e mais especificamente, a República de Angola e a Republica Portuguesa em todo o processo organizativo e nos preparativos para a sua realização”.

Alberto Pereira lamentou profundamente a tentativa de aproveitamento por parte dos sectores, que diz estarem “devidamente identificados” e refutou os actos e práticas que nada abonam à boa imagem de São Tomé e Príncipe e às boas relações bilaterais e multilaterais com a República de Angola e a República Portuguesa.

Toda essa situação vem na sequência das declarações do ministro Alberto Pereira, na última terça-feira, segundo as quais, países como “Portugal e Angola não têm prestado ajuda suficiente ao ensino do português na Guiné Equatorial”, país mais recente da comunidade lusófona, e, pelo contrário, “só criticam…”.

O caso aconteceu na recepção de uma delegação dos profissionais da Guiné Equatorial que vieram a São Tomé realizar estágios em várias áreas, entre elas, a aprendizagem da língua portuguesa, e ajudar na organização da cimeira da CPLP.

O centro da polémica instalou quando Alberto Pereira disse “ainda ontem eu recebi o ministro das Relações Exteriores de Angola [Tete António] … e quando eu lhe disse, – olha, nós recebemos os irmãos da Guiné Equatorial – ele até ficou com vergonha, … ele disse mesmo assim de cara – nós tínhamos prometido isso há muito tempo aos irmãos de Guiné Equatorial, mas só ficou no ‘bla,bla,bla -, na prática, não fizemos nada.

Segundo Alberto Pereira, o ministro angolano disse até que “aquilo que vocês – São Tomé e Príncipe – estão a fazer é um grande sinal para países que têm maiores condições verem”.

Fim/RN

DEIXE UM COMENTÁRIO

Digite seu comentário!
Seu nome