São Tomé, 21 Abril 2023 (STP-Press) – A directora regional do Fundo das Nações Unidas para a População, FNUAP, para a África Ocidental e Central, Argentina Matavel Piccin, chegou esta quinta-feira ao país para uma visita de trabalho de três dias.    

Pouco depois da sua chegada e após os primeiros encontros com as autoridades nacionais, Argentina Matavel Piccin disse à imprensa que “eu tinha que vir a São Tomé, porque olhando para o quadro dos nossos indicadores, São Tomé e Príncipe é um país que está mais evoluído, a nível subregional,  em termos dos indicadores da saúde materna, … que é o nosso trabalho: a saúde materna, a saúde dos filhos, dos jovens…”.  

Disse ainda que encoraja e agradece o governo pelo trabalho que está a fazer com o escritório do FNUAP no país, pela saúde da mulher, pela saúde sexual reprodutiva, que é a parte muito importante para a autonomização da mulher.  

A directora regional do FNUAP para a África Ocidental e Central considerou que São Tomé e Príncipe tem um quadro positivo, em termos de indicadores a nível regional, e que “nós pensamos que o país pode conseguir atingir os objectivos do desenvolvimento sustentável com um empurrãozinho, mas para isso era importante eu vir para dar este ímpeto ao desenvolvimento da saúde materna”.  

A única preocupação de Argentina Matavel Piccin são os dados relativos a gravidez dos adolescentes, que prometeu ajudar para melhorar, sobretudo, através de programas educativos, envolvendo os Ministérios da Educação e da Saúde.     

“Estamos deveras preocupados com a gravidez dos adolescentes, porque significa que o desenvolvimento das raparigas, a sua participação na sociedade, … são interrompidas particamente, porque começam a ter que tomar conta de crianças quando ainda crianças”, desabafou. 

Por isso, acrescenta, “esperemos dinamizar ainda mais a educação, a sexualidade e a saúde reprodutiva”.  

Além da possibilidade do aumento do acesso aos serviços de planeamento familiar, a directora regional do FNUAP prometeu também apoiar São Tomé e Príncipe nos programas que visam a redução a zero da mortalidade materna e a violência baseada no género.  

Pelos bons resultados do país nos indicadores da saúde materna e por aquilo que ainda precisa fazer para atingir os objectivos do milénio, Argentina Matavel Piccin assegurou dar “um empurrãozinho financeiro” a São Tomé e Príncipe para garantir a implementação do Oitavo Pograma de Cooperação para o quadriénio 2023/2027, estimado em mais de 8 milhões de dólares, “batendo portas” também a contribuição financeira de outros parceiros, porque sublinha que “nunca é possível um parceiro sozinho tomar conta de um sector, … é preciso que haja uma colaboração e, às vezes, é uma questão de racionalização e maximização dos recursos que existem”.  

Questionada sobre a emigração dos jovens são-tomenses que tende a aumentar, a directora regional do FNUPA para a Africa Central e Ocidental disse que a situação não tem que ser vista de maneira negativa, dando o exemplo de Cabo-Verde, que sobrevive, particamente, à base da remessa dos emigrantes. O mal, diz ela, são os jovens saírem sem estarem formados, sem terem uma formação mínima para poder contribuir melhor lá onde estiver para poderem ajudar melhor o país, através das remessas; mas é claro que não queremos que o país fique vazio”, ressaltou.  

Fim/RN,MF

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