São Tomé, 13 Mar 2023 (STP Press) – O primeiro-ministro são-tomense presidiu esta manhã, no Palácio dos Congressos, a abertura do Fórum das Mulheres da África Central sobre Agroecologia. Ao tomar a palavra, Patrice Trovoada destacou a necessidade de São Tomé e Príncipe apostar na agricultura, pescas e turismo como forma de combater a fome e consequentemente alcançar o desenvolvimento sustentável.
O primeiro-ministro fez do que ouviu para reafirmar “eu também ouvi recomendações aqui, nomeadamente, para que os governos possam trabalhar melhor, cooperarem melhor e investir mais na agricultura, nós aqui, posso-vos garantir, não temos outra escolha a não ser investir na agricultura, investir nas pescas, investir na pecuária, e, como eu disse também, investir no turismo”.
Patrice Trovoada acrescentou estar convencido de que de facto a solução encontra-se num investimento forte na agricultura, não só em termos da segurança alimentar, que não sirva só para rendimento das populações rurais, mas também em termos de exportações, quando São Tomé e Príncipe padece de uma grande falta de divisas.
O mercado livre africano, diz o primeiro-ministro, “é uma iniciativa que nós devemos agarrar para podermos aumentar as trocas e cabe ao governo também investir mais em infraestruturas que permitam a melhor comercialização, nomeadamente, no nosso caso, em infraestruturas de ligação marítima”.
Patrice Trovoada referiu também a outros desafios a nível da sub-região e a São Tomé e Príncipe, como a questão da água, do acesso a água, da gestão da água, a preservação da floresta, o abate de árvores, a transição para o carvão ecológico, a falta de infraestruturas agro-alimentares, estradas, entre outras.
Dirigindo-se particularmente às mulheres empreendedoras do agro-negócios, o primeiro-ministro falou das dificuldades em termos de apoios técnicos, da conservação, da comercialização e do acesso ao microfinanciamento.
Por seu turno, o presidente da FENAPA, Federação Nacional dos Pequenos Agricultores, exprimiu a sua grande alegria pela realização do evento, felicitou o governo e a plataforma PROPAC pela sua materialização em prol das mulheres rurais da África Central. Cosme Cabeça destacou a importância do investimento em agroecologia para o empoderamento das mulheres rurais, resiliência, agricultura familiar, mudança climática e o maneio sustentável dos recursos naturais na África Central.
Em nome do Colégio das Mulheres da África Central, Kinkodila Hortência sublinhou a necessidade de operacionalização de informações meteorológicas na África Central com vista a facilitar a divulgação de informações agrícolas, à produção de agroecologia, ao aumento de investimento financeiro na pesquisa científica, à implementação de uma política comum, resiliência, sobre a alteração climática e promoção de boas praticas agroecológicas.
Além do primeiro-ministro, também marcaram presença vários membros do governo e técnicos dos Ministérios da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, do Planeamento, Finanças e Economia Azul, empresários, diferentes associações e cooperativas agrícolas, Ong’s, e outras. O Fórum das Mulheres Africanas sobre Agroecologia conta ainda com a participação de delegações de todos os países que formam a Comunidade de Estados da Africa Central, nomeadamente, Angola, Burundi, Camarões, República Centro Africana, Chade, Congo, Guiné Equatorial, Gabão, República Democrática do Congo e São Tomé e Príncipe. É uma organização da FENAPA em colaboração com a AMAGRU, a Associação das Mulheres Agricultoras Rurais, com o apoio da PROPAC, Plataforma Regional das Agricultoras da Africa Central. Decorre até amanhã, depois da sua abertura este domingo. Além de vários temas em discussão está patente uma exposição com produtos transformados produzidos nos países membros.
Fim/RN