Por : Mpouo Ody, assistente de comunicação da FAO na capital são-tomense

São Tomé, 12 Mai 2022 ( STP-Press ) –  O reforço do sector pelágico costeiro trará mais empregos e alimentos saudáveis a São Tomé e Príncipe, de acordo com uma análise apresentada, quarta-feira a mais de 50 interessados e peritos, que se reuniram para discutir como melhorar a cadeia de valor dos pelágicos costeiros para reduzir a pressão sobre o ambiente e garantir que ninguém fica para trás.

“Os pelágicos costeiros são cruciais para o nosso sector das pescas e são muito procurados no mercado local”, disse  Directora das Pescas, Aida d’Almeida, numa reunião em São Tomé, onde foram apresentados os resultados de uma análise da cadeia de valor dos pelágicos costeiros. “Os esforços empreendidos para reforçar o sector são positivos para o nosso país, mas temos de assegurar que as mulheres e os jovens recebam uma parte justa dos benefícios e reduzam o impacto ambiental”.

A análise realizada pelo FISH4ACP revela que a pesca pelágica costeira em São Tomé e Príncipe é largamente artesanal: 97% dos desembarques provêm de pescadores artesanais, e os restantes 3% de uma frota semi-industrial. Esta cadeia de valor proporciona emprego a mais de 4.000 pescadores e a mais de 2.500 peixeiros. 80% das capturas são vendidas frescas ao mercado local, onde espécies como o peixe voador, valetes coubali (bonito), atum comum e auxidium (fulu-fulu) são uma fonte de proteínas animais saudáveis e acessíveis.

São Tomé e Príncipe é um dos doze países beneficiários do FISH4ACP, uma iniciativa da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP) implementada pela FAO e financiada pela União Europeia (UE) e pelo Ministério Federal Alemão para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (BMZ) para reforçar as cadeias de valor da pesca.

“Os esforços para aumentar a produtividade e sustentabilidade do sector pelágico costeiro fazem parte da agenda global de desenvolvimento sustentável que a Europa apoia”, disse Davide Morucci, membro do gabinete da UE em São Tomé e Príncipe, em nome da Embaixadora Rosário Bento Pais. “Estamos entusiasmados com a abordagem holística da cadeia de valor proposta pelo FISH4ACP, uma vez que ajuda a estimular o crescimento económico, partilhando os benefícios de forma equitativa e minimizando a pegada ambiental”, acrescentou.

Nestes dois dias, cerca de 50 intervenientes e peritos do sector pelágico costeiro em São Tomé e Príncipe, tanto do sector público como do privado, irão rever os resultados da análise da cadeia de valor e discutir formas de reforçar o sector – estabelecendo a agenda das actividades do FISH4ACP para os próximos anos.

“FISH4ACP demonstra o apoio da FAO aos esforços de São Tomé e Príncipe para transformar os sistemas alimentares aquáticos em motores de emprego, desenvolvimento social e restauração ambiental”, disse Lionel Kinadjian, responsável da secção das Pescas e Aquacultura do Gabinete Sub-regional da FAO para a África Central.  “Estamos satisfeitos por fazer parte da transformação azul do sector pelágico costeiro e por enfrentar alguns dos principais desafios para realizar o seu potencial”, acrescentou.

Lionel Kinadjian disse que os esforços do FISH4ACP poderiam concentrar-se nas infra-estruturas pós-captura, técnicas de processamento e padrões de controlo de qualidade para criar fontes de rendimento para a crescente população da ilha. O FISH4ACP irá trabalhar para reforçar a cooperação dentro da cadeia de valor, por exemplo para melhorar as condições de trabalho, especialmente para as mulheres, e ajudará a melhorar a avaliação e gestão dos stocks para salvaguardar os recursos aquáticos em benefício das comunidades que deles dependem para a sua subsistência e segurança alimentar, concluiu.

Fim/MO

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