Por Manuel Dênde, jornalista da STP-Press
São Tomé (São Tomé e Príncipe) 14 Jan. 2022 (STP-Press) – O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves propõe apoio directo e através de parceiros internacionais do seu país para ajudar São Tomé e Príncipe a enfrentar as consequências das enxurradas que se abateram sobre ilhas do equador em finais de Dezembro último.
José Maria Neves disse que Cabo Verde tem o dever de ajudar São Tomé e Príncipe a fazer face às dificuldades provocadas pelas chuvas torrenciais que se fizeram sentir sobre aquele arquipélago da sub-região de África Central no passado 28 de Dezembro.
A tempestade provocou inundações, duas vítimas mortais, incluindo um desaparecido, destruição de estradas e pontes e outros avultados danos, levando o Executivo são-tomense a declarar Estado de Calamidade e a pedir ajuda internacional.
Abordado pela VOA à margem da abertura da Semana da República, na última quinta-feira, 13, José Maria Neves afirmou que tanto as autoridades do seu país como as empresas e outros elementos da sociedade civil “devem se disponibilizar para ajudar”, numa altura em que o país, que acolhe uma significativa comunidade cabo-verdiana, necessita de apoio.
O Chefe de Estado disse que Cabo Verde está sempre disponível para, também junto de outros parceiros, procurar as melhores vias de apoio ao povo são-tomense.
“Já tivemos no passado, procuramos junto do Luxemburgo recursos para através de uma cooperação tripartida resolvermos um conjunto de acções, acho que também a nível interno temos que fazer um esforço, não só o Estado, como as empresas e os cidadãos no sentido de apoiarmos esse processo de reconstrução após as fortes chuvas que provaram vários danos”, realçou o mais alto magistrado cabo-verdiano.
A Semana da República que se prolonga até 20 de Janeiro, Dia dos Heróis Nacionais, arrancou na última quinta-feira, Dia da Liberdade e Democracia, com a apresentação do livro “Noite Escravocrata Madrugada Camponesa”, do historiador António Correia e Silva, no salão Beijing do Palácio do Plateau.
A propósito, Neves disse que é “preciso valorizar a história, os símbolos nacionais e valores democráticos para se continuar a projectar o futuro da melhor forma”, daí o simbolismo da semana que terá actividades noutros pontos do país, nomeadamente no Fogo, Cidade Velha, São Nicolau e São Vicente.
O livro de 500 páginas, segundo Correia e Silva, “retrata uma viagem histórica desde a fundação de Cabo Verde, enquanto uma sociedade escravocrata e como se transforma numa sociedade de camponeses, num mundo vasto que vai para São Tomé e Príncipe, nas Antilhas e depois do continente americano”.
O escritor justifica o lançamento do livro na quinta-feira, 13 de Janeiro, Dia da Liberdade e Democracia, por se tratar de uma luta que aconteceu pela liberdade no tempo da escravatura.
Fim/MD/LM
STP-Press