Por Manuel Dênde, jornalista da STP-Press 

São Tomé (São Tomé e Príncipe), 16 Dez. 2021 (STP-Press) – Oportunidades de negócios são discutidas num fórum que entrou, hoje, no seu segundo dia em Abuja, capital da Nigéria. 

No certame, participam múltiplas empresas e bancos nigerianos interessados em investir e pôr dinheiro em São Tomé e Príncipe. 

O fórum organizado pelo sector privado nigeriano e com a chancela do Governo da Nigéria, decorre sob o lema, “Desvendando Oportunidade de Negócios em São Tomé e Príncipe”. 

O país participa neste fórum com uma representação multidisciplinar do Governo conduzida pelo Primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus.  

A deslocação e alojamento da missão são suportados pelos empresários nigerianos, interessados em investir no arquipélago de São Tomé e Príncipe. 

Animado pelos resultados presumivelmente bastante animadores do petróleo e gás tanto na zona económica exclusiva como conjunta, acredita-se que o fórum poderá traduzir-se num “sucesso para o país”, disse a STP-Press uma fonte da delegação  são-tomense em Abuja. 

Além de Bom Jesus, integram a delegação nacional Edite Ten Jua, ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades; Jorge Correia, líder da Câmara do Comércio; Alzimiro dos Prazeres, Director Executivo da Agência de Promoção de Investimentos (APCI); Olegário Tiny, Director Executivo da Agência Nacional de Petróleos (ANP) e representantes do sector privado.

Trata-se de primeiro fórum de género, ao qual Jorge Bom Jesus tem fortes expectativas de alcançar investimentos de empresários nigerianos, na expectativa de alavancar a economia nacional e criar oportunidades de emprego para são-tomenses. 

Este fórum, tem como pano de fundo apresentar São Tomé e Príncipe nas mais variadas áreas, aos homens de negócios da vizinha Nigéria e aos investidores internacionais. 

De acordo com fontes com as quais contactou a STP-Press, existem oportunidades de negócios no arquipélago em várias áreas, que vão desde o turismo selectivo e de sol, a pesca e haliêuticos, investimentos na zona conjunta e exclusiva de petróleo de São Tomé e Príncipe, na banca, na saúde, ambiente, nas áreas de telecomunicações, agricultura e na aviação civil. 

Bom Jesus no seu discurso falou e propôs que fosse reanimada a situação da zona conjunta entre a Nigéria e São Tomé e Príncipe. 

Na óptica do Chefe do Executivo são-tomense afigura-se-nos que o certame em causa, se é verdade que visa reforçar a cooperação sul-sul, também é verdade que surge como uma das oportunidades para intercambiar a relação entre operadores económicos dos dois países e Estados vizinhos. 

Por seu turno, Edite Ten Jua, igualmente, falando na abertura do fórum, disse que “a Nigéria, foi sempre um parceiro com o qual São Tomé e Príncipe se relacionou com base em respeito mútuo”, daí que, “a escolha e a realização do fórum de negócios em Abuja não é por acaso”. 

A propósito, indicou aos diversos empresários e homens de negócios da Nigéria presentes no fórum, que a prova mais evidente de parceria é a zona conjunta de exploração de petróleo e gás entre os dois Estados. 

Esta zona conjunta, recorde-se, decorre há cerca de 20 anos, resultante de um acordo entre as partes e a sua partilha divide-se entre 60 para Nigéria e 40 para São Tomé e Príncipe. 

No fórum, participam variadíssimas empresas nigerianas de múltiplas áreas de negócios, das quais a banca, telecomunicações, turismo, finanças, agroalimentar, aviação civil e outros serviços. 

O certame deve fechar sexta-feira as portas, mas, as expectativas são grandes conforme se constata nos bastidores da delegação são-tomense. 

Recorde-se que Abuja  e São Tomé, no âmbito de boa vizinhança e por não chegarem a um acordo quanto ao método de delimitação da fronteira marítima, embora seja possível recorrer à delimitação jurisdicional no âmbito de Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), chegaram a um ajuste provisório de carácter prático entre Estados, conforme recomenda os artigos 74º. Nº 3 e 83º. Nº3 da CNUDM. 

Esse ajuste traduziu-se na assinatura de um Tratado de 45 anos e que criou a Zona de Desenvolvimento Conjunto (ZDC) entre os dois Estados, com repartição dos dividendos obtidos na exploração e aproveitamento dos recursos petrolíferos e outros, existentes nessa zona. 

Fim/MD/LM

STP-Press 

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