Por Manuel Dênde, jornalista da STP-Press 

São Tomé (São Tomé e Príncipe), 09 Dez. 2021 (STP-Press) – Os parceiros deram conta, quinta-feira, as autoridades do país, dos passos visando a efectivação do primeiro furo na Zona Económica Exclusiva (ZEE), de São Tomé e Príncipe. 

Assim, o Conselho de Ministros reunido, na sua sede, no Palácio do Governo, recebeu, e abordou com os membros da Shell e Galp os passos subsequentes. 

Segundo Olegário Tiny, Director Executivo da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o primeiro furo está agendado para o primeiro trimestre de 2022. 

“É preciso dizer que esta perfuração estava agendada há um ano, mas, COVID-19 chegou e atrapalhou todos os planos”, acrescentou, sublinhando que “retomamos os trabalhos lançando a campanha, ou seja, a operação de perfuração até o próximo mês de Março”. 

Por seu lado, Vanessa Gasparinho, da GALP, acrescentou que “a perfuração em perspectiva terá uma duração de 60 a 90 dias e deverá envolver um navio sonda com capacidade de operar em águas ultra profundas, de performance segura, capacidade técnica elevada e com a tecnologia de última geração”. 

“A prospecção deste poço que chamamos de Jaca, vai ser o primeiro poço onde vamos tentar descobrir o petróleo na ZEE de São Tomé e Príncipe”, prosseguiu Vanessa Gasparinho. 

Segundo ainda Vanessa, na prospecção deste poço existe um risco associado, para o qual um em cada 10 poços pode ser economicamente viável. 

“Isto quer dizer”, adianta Vanessa, “que apesar de estudos serem muito optimistas ainda assim existe este risco”. 

Por outro lado, diz ainda a responsável, “não quer dizer que apenas um poço seja economicamente viável para exploração do petróleo em São Tomé e Príncipe”. 

A exploração do bloco seis é constituída pela Galp e Shell, ambas com 45% e pelo Estado de São Tomé e Príncipe, representado pela ANP, com 10%. 

“Esta é uma acção que nós consideramos estratégica dessas actividades petrolíferas no país, pois, trata-se de primeiro furo para ver se São Tomé e Príncipe entra ou não na lista de países produtores de petróleo”, afirmou. 

Mais adiante, Olegário Tiny, asseverou esperança que haja descobertas, pois, “as expectativas são altas, mas até que haja resultados nós estaremos na expectativa de as conseguir”, adiantando que “é necessário que essas operações sejam feitas com máxima transparência e que se flua no máximo as informações”. 

Situado a mais de 62 milhas da costa, o bloco seis ocupa uma área de cinco mil e 24 km2, cinco vezes maior que a superfície terrestre das ilhas de São Tomé e Príncipe e as águas com uma profundidade de 2500 metros. 

A exploração do petróleo no arquipélago de São Tomé e Príncipe é um processo longo que iniciou há mais de 20 anos.

Fim/MD/LM

STP-Press 

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