Texto: Manuel Dênde, ** Foto: Lourenço da Silva
São Tomé (São Tomé e Príncipe), 21 Jul. 2021 (STP-Press) – O Director da Campanha de Delfim Neves, alegou, esta segunda-feira, várias anomalias ocorridas no processo das Eleições Presidenciais realizadas, último Domingo, em São Tomé e Príncipe, as quais incluem o desaparecimento de 4497 votos.
Delfim Neves, um dos 19 candidatos destas Eleições Presidenciais, recusa aceitar e denuncia “fraude massiva” dos resultados de acordo com resultados parciais divulgados, segunda-feira, pela Comissão Eleitoral Nacional (CEN).
“Os votos desaparecidos são todos dos locais onde a nossa candidatura não teve representação”, adiantou João Costa Alegre, em Conferência de Imprensa na sede da campanha de Delfim Neves, nas imediações da Cidade de São Tomé.
A luz destes resultados parciais, Delfim Neves coloca-se na terceira posição, reunindo 13.691 votos expressos correspondentes aos 16,88%, os quais lhe impede de alcançar segundo ou primeiro lugar, para disputar a 8 de Agosto deste ano a segunda volta deste pleito.
De acordo com João Costa Alegre, Director de Campanha de Delfim Neves, há dados que não batem certo e que não coincidem os votos totais expressos, divulgados pela CEN.
Segundo ainda Costa Alegre, “os votos expressos […], nulos, e abstenção […], concluímos que há 4497 expressos que estão desaparecidos”, denunciou, questionando que “gostávamos de saber como é que a CEN explica-nos essa disparidade?”.
Disse ainda que essas alegadas anomalias não se registam só a nível da candidatura de Delfim Neves, as quais acresce que as mesmas situações registam-se, igualmente, a nível de outras candidaturas.
“Por exemplo, há candidatura que esperava ganhar logo a 1ª volta e não aconteceu e daí que espero que os senhores jornalistas entendam, também, de onde vêm os protestos e reclamações assim como a natureza dos protestos”, enfatizou, João Costa Alegre.
Denunciou, igualmente, que “existem variadíssimas situações anómalas onde a nossa candidatura [de Delfim Neves] não estava representada na Mesa de Voto, nomeadamente, votos sem carimbo ou sem assinatura dos Presidentes e Vice-presidentes de Mesa”, adiantou.
“Atas com resultados de votos que não correspondem com número total de votantes de uma mesma Assembleia de Voto”, lamentou Costa Alegra, sustentando que “a CEN tem muita coisa a nos explicar”.
Um dos episódios denunciados e supostamente mais caricatos ocorreu na Assembleia de Voto onde Delfim Neves vota, nomeadamente, na localidade de Agostinho Neto (no Distrito de Lobata), no norte da Ilha de São Tomé, considerado um alegado bastião deste candidato “Delfim Neves apanhou apenas um votos e obviamente que isso não é normal”.
E daí, segundo este responsável, “justifica o nosso pedido à Comissão Eleitoral Nacional de uma recontagem, e esperamos que nos deem em tempo record uma resposta”.
Este porta-voz alerta que a candidatura de Delfim Neves tem inclusive a expectativa caso a CEN não esclareça a situação de forma convincente, “vamos requerer à luz da Lei, nulidade do acto eleitoral”.
No âmbito destas eleições, além dos três candidatos mais votados, Abel Bom Jesus posicionou-se em quarto lugar com 2907 votos (3,58%), Maria das Neves com 2696 votos (3,32%), Júlio Silva com 1615 votos (1,99%), Victor Monteiro com 1477 (1,82%), Moisés Viegas com 1326 votos (1,63%), Carlos Neves com 718 de votos (0,89%), Aurélio Martins com 537 (0,66%), Elsa Pinto com 419 (0,52%), Miques Bonfim com 385 (0,47%), Manuel Rosário com 384 (0,47%), Elsa Garrido com 355 (0,44%), Roberto Garrido com 354 (0,44), Jorge Amado com 328 (0,40%), Carlos Stock com 218 (0,27%), Eugénio Tiny com 203 (0,25%) e Olinto Neves com 162 (0,20%).
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