Por: Ricardo Neto, jornalista da Agência STP-Press
São-Tomé, 15 jun 2021 ( STP-Press ) – São Tomé e Príncipe iniciou um processo de negociação para anular dívida bilateral com Angola estimada em cerca de 200 milhões de dólares, anunciou hoje o ministro são-tomense das Finanças, Osvaldo Vaz, numa entrevista, na qual, reconheceu a necessidade de esclarecimento sobre os catamarans e da irreversibilidade do reajuste salarial.
Tendo regressado há poucos dias de uma missão em Angola, onde se encontrou com a sua homóloga angolana, o ministro são-tomense do Planeamento Finanças e Economia Azul, Osvaldo Vaz revelou estar já em marcha um processo de negociação bilateral para o caso da divida para com Angola, tendo-se referido a possibilidade para um acordo de liquidação. Sabe-se que o ministro Osvaldo Vaz solicitou a parte angolana a hipótese para um eventual perdão de uma parte da divida para com a República de Angola.
“Também pedimos perdão de uma parte desta dívida”- disse Osvaldo Vaz que ventilou também a hipótese de “um apoio orçamental” de Angola de acordo com uma proposta apresentada pela parte são-tomense.
Tendo referido a reportagem intitulada “O Banquete –Sonangol”, sobre dois catamarans entregues ao País pelo então empresário chinês, Sam Pa, o ministro Osvaldo Vaz disse que “é preciso as coisas estarem esclarecidas para o bem do País”, tendo revelado ainda que “os catamarans não estão registados em nome do País”.
“Queremos os documentos para procedermos em conformidade …”, disse o ministro Osvaldo Vaz, acrescentando que “o governo deve esperar pelo esclarecimento …”.
Tendo ainda declarado que “o nosso objectivo foi de procurar registar alguns bens através da direção de património”, o ministro Vaz falou ainda da necessidade de esclarecimento sobre os 10 milhões de dólares desbloqueados ao País no âmbito de um acordo de 30 milhões que envolvia ainda o chinês Sam Pa através da empresa China Sonangol.
Questionado sobre as ameaças de greves por partes dos sindicatos contestatários ao processo do reajuste salarial, o ministro Osvaldo Vaz respondeu que “o sindicato está a fazer o seu papel. É um processo novo qualquer um tem direito de se pronunciar”, tendo sublinhado que “nós vamos conversar com o sindicato, vamos ouvi-los e também vamos dar as nossas opiniões, acho que o bom senso vai prevalecer”
Tendo declarado que “acho legitimo o papel do sindicado”, Osvaldo Vaz disse que “vamos todos trabalhar para que o processo conclua com êxito, é um processo irreversível porque este reajuste vai ajudar todos”.
Fim/RN