Texto: Manuel Dênde, ** Foto Arquivo: Lourenço da Silva
São Tomé (São Tomé e Príncipe), 20 Abr. 2021 (STP-Press) – As petrolíferas Total e Sonangol irão efectuar no próximo mês de Junho, acções de prospecção sísmica no mar da Zona Económica Exclusiva (ZEE) do País, visando a descoberta de petróleo comerciável, – informou hoje, em São Tomé, o Director da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Olegário Tiny.
Tiny que falava no quadro de um Seminário de Validação do Impacto Ambiental no mesmo bloco da ZEE, informou que essas pesquisas sísmicas serão efectuadas pelas petrolíferas Francesa, Total e a Angolana, Sonangol.
A prospecção de petróleo define-se como a actividade da detecção de reservas de petróleo e gás natural (hidrocarbonetos fósseis) por métodos de prospecção geofísica e como a sísmica de reflexão, que permitem analisar a estrutura do subsolo em profundidade sem a necessidade de custosa escavação ou perfuração (sondagem).
Na óptica de Tiny, para que esses expedientes sísmicos tenham sucesso requer haver segurança e protecção das embarcações e do pessoal técnico, uma vez que tais pesquisas serão efectuadas numa zona de instabilidade e frequentada pelos piratas que desestabilizam a sub-região do Golfo da Guiné.
Para tal, este responsável advertiu que “o País deve preparar uma força com competências de dissuadir e agir se necessário, a fim de proteger e garantir a segurança de navios implicadas nos trabalhos sísmicos [no Bloco 1] da nossa zona, onde hoje acções de pirataria são uma realidade”.
Na perspectiva de tranquilizar os São-tomenses, Olegário Tiny afirmou que“estamos a trabalhar na perspectiva de que São Tomé e Príncipe venha a ser, de facto, uma realidade em termos de produção de petróleo”.
A luz de um acordo subscrito em Março de 2019, na cidade de São Tomé, definiu-se a comparticipação das acções dos parceiros no Bloco 1, onde a petrolífera Francesa Total ficou com 55%, a Angolana Sonangol 30% e ANP de São Tomé e Príncipe 15%, respectivamente.
O Bloco 1 localiza-se na Zona A, da Zona Económica Exclusiva de São Tomé e Príncipe cobrindo uma área de 3.292 Km2, nas águas adjacentes a Zona de Exploração Conjunta com a Nigéria onde a Francesa Total E&P dispõe de direito de prospecção sobre os Blocos, 7,8 e 11 da fronteira marítima entre São Tomé e Príncipe e a Nigéria.
O arquipélago de São Tomé e Príncipe que tem uma área marítima 160 vezes superior a superfície terrestre, além de sua ZEE, o País tem, também, uma parceria acordada com a vizinha Nigéria compreendendo uma zona conjunta onde as partes acordaram um dividendo em receitas na ordem de 40/60 respectivamente.
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