São Tomé, 10 Fev. 2021 ( STP-Press) – A economia Santomense, em 2020,registou um crescimento de cerca de 3,1% contra 2,2%, observado no ano de 2019, num crescimento sustentado, sobretudo,  pelo aumento dos investimentos públicos, pagamento das dívidas às empresas, melhoria na balança comercial e outros indicadores de acordo dados oficiais tornados públicos hoje, quarta-feira.

Este crescimento foi sustentado pelo aumento dos investimentos públicos, pagamento das dívidas às empresas (que não se verificava há mais de 3 anos), melhoria na balança comercial, aumento no consumo pelo apoio dado aos trabalhadores e famílias afectadas económica e financeiramente pelo impacto da pandemia COVID-19, quando o FMI projectou que o PIB teria um decréscimo de 5,3%, baseando no facto de que a pandemia influenciaria negativamente a economia santomense, devido a sua fragilidade enquanto um Estado Insular muito dependente do exterior,- adianta o documento com dados oficiais.

Em 2020, a taxa de inflação registada foi de 9,4% contra 7,7% observada no ano de 2019. Esta variação foi impulsionada pelo aumento dos preços observados nos bens alimentares, resultantes da grande afluência das populações na procura destes bens a partir de Abril de 2020, como consequência do estado de emergência seguido do confinamento decretado pelas autoridades nacionais em Março de 2020, com vista a combater a Covid-19.

As receitas internas aumentaram em 3,3% comparativamente ao ano de 2019, com destaque para as receitas provenientes do diferencial de preços de produtos petrolíferos, do imposto sobre consumo de produção local aonde se inclui a cervejeira Rosema, do alargamento da base tributária, resultado da dedicação dos técnicos de sectores que arrecadam receitas.

Em consequência, face ao nível de receitas internas arrecadadas e à monitorização das despesas públicas com o rigor que era necessário, permitiu que o défice primário fosse de 4,7% ao contrário de 6,3% previsto pelo FMI.

É preciso ter em conta que, durante os anos de 2019 e 2020, pagou-se os salários da administração pública sem recorrer ao crédito bancário.

Os investimentos públicos realizados em 2020, foram de 815.184.472,00 dobras, representando um crescimento de 41% comparativamente ao ano 2019.

Perante a necessidade de uma maior transparência em matéria de gestão da divida publica, com apoio técnico de parceiros, foi feito o levantamento exaustivo das dívidas internas e externas, cujos resultados permitem que a qualquer momento se pode obter informações detalhadas sobre o nível de endividamento do País.

Durante os dois anos dessa governação (2019 e 2020), o governo liquidou dívidas de fornecedores/credores nacionais e internacionais num montante superior a 48 milhões de USD, sendo 26 Milhões correspondentes a dívidas contraídas até 2018 e 22 milhões dos engajamentos contraídos entre 2019-2020.

A balança comercial, em 2020, melhorou em cerca de 10% face a cifra do ano de 2019, devido, por um lado, ao aumento das exportações em 24%, sustentado fundamentalmente pelas exportações de óleo de palma, produzido pela empresa AGRIPALMA, e por outro lado, à diminuição das importações em cerca de 8% influenciado essencialmente pela queda nos preços dos produtos petrolíferos no mercado internacional que originou uma redução do seu valor na importação em cerca de 28% em 2020, comparativamente ao ano anterior. Apesar desses resultados positivos a balança comercial continua sendo deficitária.

As reservas internacionais líquidas (RIL) corresponderam a 4 meses de importação num total de 55,6 milhões de USD, cifra não verificada há alguns anos.

No âmbito de apoio ao sector privado, o Governo criou uma linha de crédito bonificado no valor de 3 milhões de USD ao sector privado nacional com taxas de juros entre 3,5% e 5%.

Esses desempenhos contaram com a colaboração dos parceiros Multilaterais (FMI, BM, BAD, União europeia, Agencias das Nações Unidas, FIDA) e parceiros Bilaterais (China, Angola, Japão, Portugal, Canada, França, Guiné Equatorial, Gabão, Ghana)

É certo que o ano de 2021 será muito difícil e exigente para o país, devido aos efeitos negativos da pandemia que serão mais visíveis na economia do país, mas os esforços internos deverão continuar no sentido de mobilizar todos os recursos necessários para fazer face à pandemia e a recuperação económica.

Fim/ STP-Press

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