Por: Ricardo Neto, jornalista da Agência de Notícias STP-Press
São Tomé, 16 Dez. 2020 ( STP-Press ) – O jornalista são-tomense, Nilton Medeiros, residente em Portugal reagiu hoje a uma queixa-crime apresentada ao Ministério Público pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Silva Cravid e o Presidente do Tribunal Constitucional, Pascoal Daio, acusando-o de alegada injúria e difamação através de perfis falsos na rede social Facebook.
Em nota de esclarecimento e de direito de resposta enviada esta manhã a STP-Press, Nilton Medeiros diz que “enquanto cidadão e profissional, tenho pautado a minha conduta pelo respeito e ética, no meu relacionamento com os demais, quer pelas posições que assumo a título pessoal, bem como as adoptadas enquanto profissional”
“Porque o processo penal tem regras e quem não deve, não teme, enquanto cidadão, aguardo serenamente pelo resultado das investigações e exercerei no âmbito do processo todos os direitos que me assistem, previstos na Lei e na Constituição da República de São Tomé e Príncipe” disse Medeiros, sublinhando que “em direito, quem alega um facto, deve fazer prova do mesmo, recordando ainda, que a denúncia caluniosa é crime, punível nos termos da Lei”.
O jornalista explicou “que a minha equipa está neste momento a produzir e realizar um projeto de documentário de investigação sobre o enigmático caso ROSEMA… Neste âmbito, após a finalização das pesquisas referentes à investigação do referido caso, passou-se a fase de gravação de depoimentos. Neste sentido, foram contactadas várias personalidades ligadas direta ou indiretamente ao caso, nomeadamente o senhor Nelson Aguiar na qualidade de ex-secretário do Tribunal Constitucional e o senhor Pascoal Lima dos Santos Daio, na qualidade de Presidente do Tribunal Constitucional, para gravação dos respetivos depoimentos”.
“Foi apenas e só no âmbito deste projeto que troquei mensagens privadas com o senhor Nelson Aguiar e de igual modo encetei contactos com o senhor Pascoal Lima dos Santos Daio, cujo conteúdo, poderei tornar público sem qualquer tipo de temor, salvo o direito de reserva e necessidade de consentimento prévio conferidos a terceiros”, conclui Nilton Medeiros.
Tendo considerado um acto de “tentar intimidar e silenciar” a supracitada reportagem, Nilton Medeiros sublinhou que “não tenho e nunca tive nada contra o senhor Manuel Silva Gomes Cravid e muito menos contra o senhor Pascoal Lima dos Santos Daio, sendo que este último tem, inclusive grandes ligações com a minha família desde a sua infância, juventude, tendo mesmo sido considerado pelos meus pais como um filho”.
Através de um documento a que a STP-Press teve acesso na manhã de terça-feira, o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Silva Cravid e o Presidente do Tribunal Constitucional, Pascoal Daio decidiram apresentar ao Ministério Público são-tomense uma queixa-crime contra jurista Nelson Aguiar bem como jornalistas, Jerónimo Moniz e Nilton Medeiros por alegada injuria e difamação nas redes sociais.
No documento dirigido ao Procurador-Geral da República os dois juízes sustentam que “as provas estão neste momento guardadas no Tribunal Constitucional e foram inspecionadas pelo actual Coordenador da Policia Judiciária, o Senhor Aurito Vera Cruz e o Inspector António Jorge e a qualquer momento poderão ser juntas aos autos”.
Os juízes argumentam ainda que “as provas agora se junta espelham os factos praticados pelos denunciados, usando perfis falsos como Tedesco Montenegro, Solange Vaz, Carlos Bandeira, Anita Bom Jesus, Tomé Cassandra, Carla Abreu e outros, atribuindo, título de pedófilo e outros tantos aos Presidentes do Supremo Tribunal de Justiça e do Tribunal Constitucional e outras maldades, que têm sido concebidas e divulgadas nas redes sociais pelos quatro cantos do mundo, repetindo a panóplia de palavrões e afirmações injuriosas”. Pode ler na íntegra
Fim/RN