Por: Manuel Dênde, Jornalista da Agência de Notícias  STP-Press 

São Tomé, 25 de Nov. 2020 (STP-Press) –Pescadores São-tomenses da Praia Loxinga mostram-se descontentes com a Capitania dos Portos de São Tomé e Príncipe, por não lhes protegerem quando barcos destroem suas redes de pesca. 

Octávio de Jesus, pescador e residente na comunidade piscatória de Praia Loxinga, localidade conexa as Praias Gambôa e Cruz, informou que são perturbados na pesca pelos barcos que circulam no mar São-tomense, destruindo-os as redes de pesca. 

Segundo o mesmo, essa perturbação tem sido frequente e que até ao momento não vêem nenhum sinal do lado das autoridades competentes de São Tomé e Príncipe. 

“Trata-se de uma situação em que vivemos há vários anos”, afirmou, denunciando que “por três vezes já fui alvo deste corte de rede”, na Praia Loxinga. 

Disse ainda que nas Praias Gambôa e Cruz, os seus colegas de pesca também são vítimas da “mesmíssima situação e até hoje ninguém faz nada por nós”. 

Por sua vez, Francisco Bonfim, líder desta comunidade do litoral do Distrito de Água Grande e que sita atrás do Aeroporto Internacional de São Tomé e Príncipe, afirmou que por variadíssimas vezes já dirigiu a Capitania dos Portos queixando destes “incidentes marítimos mas não tivemos uma resposta positiva das autoridades até hoje”. 

De acordo com Bonfim “é necessário se definir as coisas e encontrar-se um meio-termo a fim de se evitar males maiores”. 

Na sua óptica, hoje regista-se cortes e destruições de redes de pesca e caso não houver sinal de alerta coordenada no âmbito da circulação e hora de partida dos barcos do Porto de São Tomé, “obviamente um dia poder-se-á haver um acidente grave e mortal com pescadores no mar e com elevados prejuízos para qualquer família São-tomense”.

Na Capitania, denunciaram que em vez de darem prioridade a solução dos aludidos problemas “exigem-nos [pescadores] o registo e pagamento de cédula marítima [licença para a pesca no mar], num contexto de pandemia do Covid-19 e onde estamos a procura de um pão para os nossos filhos”.

No arquipélago de São Tomé e Príncipe, onde a área marítima é 160 vezes maior que a terrestre, existem mais de seis mil pescadores. 

Fim/MD/LM 

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