Por: Ricardo Neto, Jornalista da Agência de Notícias STP-Press
São-Tomé, 29 Mai 2020 ( STP-Press ) – O MLSTP-PSD, no poder em São Tomé e Príncipe quer conhecer a posição do Presidente da República em relação a um artigo assinado por seu Chefe da Casa Civil, Arlindo Gomes, sugerindo demissão do actual governo e criação de um outro de Salvação Nacional, tendo considerado um acto de “oportunismo descarado” e “fome do poder” por parte da oposição.
Num comunicado enviado esta manhã a STP-Press, assinado por Secretário Geral do partido, Arlindo Barbosa, o MLSTP-PSD sustenta que “o cidadão Arlindo Gomes, por mais que queira, não pode ser dissociado do cargo que ocupa, logo, o MLSTP-PSD, gostaria de conhecer o posicionamento claro do Senhor Presidente da República em relação ao artigo assinado pelo seu Chefe da Casa Civil”.
“O facto do Chefe da Casa Civil sugerir a suspensão da democracia por três anos com a consequente demissão do actual governo e a criação de um Governo de Salvação Nacional, como solução milagrosa para todos os males de São Tomé e Príncipe, só pode ser entendido com um acto de oportunismo descarado e revela a fome de poder, desorientação política e algum desespero de muitos membros da oposição, que tudo têm feito, desde janeiro de 2019 para queda deste governo por vias não democráticas e que têm visto as suas pretensões não concretizadas até hoje, ”lê-se no documento.
“Foi com grande estupefação e alguma preocupação que o MLSTP-PSD tomou conhecimento do artigo de opinião assinado pelo senhor Arlindo Gomes, publicado no jornal Tela Non, partilhado nas redes sociais e como normalmente acontece com tudo que é dito contra o XVII Governo constitucional, referenciado com destaque em alguns meios de comunicação social internacional, pelos conhecidos comissários políticos do ADI que se dizem jornalistas correspondentes e comentadores imparciais”, adianta o comunicado.
O partido dos sociais-democratas sustenta que “a nossa estupefação não se prende com o artigo em si, porque sempre fomos e continuarmos a ser um partido de democracia, defensores da liberdades de opinião e de expressão de cada cidadão, mas sim, pelo facto do senhor Arlindo Gomes ser Chefe da Casa Civil do Presidente da República, figura de destaque e com responsabilidades acrescidas na hierarquia interna da Presidência da República”.
O MLSTP denuncia ainda “muitas pessoas com responsabilidades no País têm mobilizado a nossa população contra Governo, de forma leviana, mentirosa e irresponsável, criticando e condenando as suas ações sem apresentarem alternativas sérias, credíveis e viáveis, aparentemente, torcendo para dar tudo errado de forma a poderem tirar dividendo políticos e concretizarem as suas agendas obscuras, esquecendo-se de que neste momento, a saúde e a vida são bens muito mais valiosos do que a política e a luta pelo poder”.
O partido diz acreditar que o “Governo não está e nem pode imune às críticas, sobretudo, vindo da parte de pessoas com responsabilidades acrescidas, devem ser feitas de forma construtivas, com elevação e nos fóruns próprios. Se puderem juntar às criticas, opiniões válidas e propostas de soluções concretas e eficazes, melhor ainda”.
“São Tomé e Príncipe precisa, mais do que nunca, de união de todos os seus filhos, de paz social, de estabilidade política e de coesão nacional. Só assim conseguimos trilhar com sucesso o caminho de desenvolvimento”, defende MLSTP.PSD no seu comunicado.
Além de reiterar, “mais uma vez, o seu total apoio a governação e encorajar o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus a tudo fazer com trabalho, determinação e transparência para juntos ultrapassarmos os grandes desafios que hoje o País enfrenta”, MLSTP, diz que “aos militantes muita serenidade, alerta e união”, argumentando que “estamos e estaremos sempre atentos às manobras dilatórias de quem quer que seja”.
O comunicado do MLSTP-PSD sublinha ainda que “ao povo de São Tomé e Príncipe, pedimos muita calma e compreensão, sobretudo, que respeitem todas as medidas de prevenção que têm sido adotadas pelo governo porque só assim poderemos vencer a Covi-19 e ultrapassar esse período complicado na nossa vida”.
Fim/RN