Como os Fortes Valores Democráticos Ajudam a Derrotar uma Pandemia

Secretário Assistente do Departamento de Estados dos EUA para os Assuntos Africanos – Sr. Tibor Nagy (Twitter : @AsstSecStateAF)

São Tomé, 12 Mai 2020 – ( STP-Press) Se em algum momento houve a necessidade de relembrar o mundo sobre a importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é neste momento da atual pandemia do COVID-19. O coronavírus não distingue fronteiras, raça, religião, nacionalidade ou cor política. Estamos todos em risco porque simplesmente somos humanos, mas vamos derrotar este vírus porque instintivamente cada um de nós sabe que devemos trabalhar juntos com base nas disposições que o respeito pelos direitos humanos nos confere.

Relativamente a liberdade de expressão. Como indivíduos, somos impotentes contra este vírus, e assim, devemos advertir uns aos outros usando todos os meios de comunicação ao nosso alcance. Compartilhando informações vitais sobre a doença e a sua propagação e igualmente soarmos os alarmes se algo (ou alguém) se posicionar como uma ameaça para nossas comunidades.

Em termos de liberdade religiosa ou de crença. Os indivíduos podem buscar orientação espiritual e proteção contra a pandemia, de forma individual ou em comunidade.

Outrosssim, está garantido o  direito de reunir-se pacificamente e de associar-se livremente. Trabalhamos com os outros visando convergir esforços para apoiar e manter seguros os nossos profissionais de linha da frente e trabalhadores essenciais, inclusive por meio de advocacia virtual.

E, como nossas próprias vidas dependem disso, esperamos que nossos líderes políticos sejam francos sobre os nossos desafios futuros e aceitem críticas e responsabilidades com humildade, tolerância e compaixão. Isto representa responsabilidade política e moral.

Quando nossos líderes e mídia compartilham informações fiáveis e oportunas sobre riscos e benefícios, os cidadãos podem fazer escolhas informadas sobre como proteger a si mesmos, suas famílias e seus vizinhos.

Sem essas liberdades e responsabilidades que as acompanham, é impossível desenvolver medicamentos contra este vírus ou estratégias políticas e financeiras necessárias para restaurar as nossas economias. É responsabilidade do governo proteger ambos, a saúde e a economia.

Servidores públicos que optam por proteger seu poder e orgulho em vez da saúde e bem-estar do seu povo colocam a saúde e o futuro de seu próprio povo em risco. Sabemos que um futuro brilhante é possível após a pandemia se – e somente se – os governos ouvirem e servirem o público durante esse período de adversidade.

Por outro lado, sistemas autoritários expõem suas fraquezas em tempos de crise. Governos que prendem ou oprimem aqueles que nos alertam de que algo está muito errado se envolvem na forma mais rudimentar de negação. Governos que proíbem ou buscam limitar a publicação de informações vitais, ou de limitar a colaboração científica, social ou política não só ameaçam a vida de seu próprio povo, mas também de pessoas de outras nações. E os governos que usam essa pandemia para reprimir a expressão religiosa vista como uma ameaça ao seu controle, suprimem tanto os instintos do seu povo como também uma profunda fonte de força pessoal e solidariedade social.

A supressão da comunicação de informações essenciais sobre a saúde pública é contrária ao próprio conceito de direitos humanos. “Segurança pública” exige liberdade e responsabilidade política. Sem essa responsabilização, nossas comunidades são postas em graus de riscos inaceitáveis.

Em contrapartida, a história prova que o desempenho de líderes verdadeiramente transparentes, responsáveis e responsivos às críticas de seus cidadãos está diretamente ligado à segurança e a prosperidade das famílias e comunidades a que servem.

Democracias como Taiwan, Coreia do Sul, Alemanha e Estados Unidos têm sido abertas e honestas sobre não apenas as estatísticas sombrias, mas também as táticas agressivas que estão empregando para combater o vírus. Democracias de vanguarda como Taiwan e Coreia do Sul foram as primeiras a registar infecções fora de Wuhan mas rapidamente conseguiram evitar surtos descontrolados sem recorrer à opressão e ao medo.

Como americanos, estamos orgulhosos que nossos setores público e privado – em uma abordagem da “América como um todo” (“All of America”)  – já tenham disponibilizado recursos para ajudar na luta contra o COVID-19. Desde o início do surto, o governo dos EUA alocou US$ 775 milhões em assistência por um lado, e por outro, empresas, ONGs, organizações religiosas e indivídualidades americanas já doaram cerca de US$ 3 bilhões em dinheiro e assistência para combater o vírus.

Há uma profunda sabedoria no provérbio africano que diz: “Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo”. O povo americano está cá para vos dizer que não estais sozinhos nesta crise. Nossas comunidades enfrentam o mesmo sofrimento e desafios que as vossas. Os americanos estão convosco – de igual – nesta crise. Não há outra maneira. Vamos superar essa crise reafirmando o que nos torna humanos e livres: comunicação honesta e transparente, colaboração criativa e responsabilidade genuína com nossos entes queridos e comunidades.

Breve Biografia do Sect. Assistente Sr. Tibor Nagy

O Secretário Assistente Tibor Nagy serviu como Embaixador dos Estados Unidos na Etiópia (1999-2002) e na Guiné (1996-1999), bem como Chefe Adjunto de Missão na Nigéria (1993-1995), Camarões (1990- 1993) e Togo (1987-1990). Entre outras missões anteriores incluem funções desempenhadas na Zâmbia, Seychelles, Etiópia e Washington, DC.

O senhor Tibor Nagy começou a desempenhar as funções de Secretário Assistente para Assuntos Africanos em Julho de 2018.

Fim/ Embaixada de EUA

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