Texto: Ricardo Neto *** Foto: Lourença da Silva

São-Tomé, 09 Marc ( STP-Press) –  A conceituada poetisa são-tomense, Alda Espírito Santo, também conhecida por Alda Graça, morreu a 09 de Março de 2010, completando hoje 9 de Março de 2020, precisamente 10 anos do falecimento desta incontestável figura emblemática da luta pela independência do País e autora do Hino Nacional República.

A poetisa, Alda Espírito Santo, figura de primeira linha da luta pela independência são-tomense, faleceu aos 83 anos em Luanda, Angola para onde foi evacuada por razões de saúde, num claro adeus na terra dos seus compatriotas de luta nacionalista como Mário Pinto de Andrade, um dos nomes de Angola muitas vezes citada nas suas intervenções públicas.

Nascida em Abril de 1926, Alda Espírito Santo, por espirito nacionalista interrompeu seus estudos universitários em Portugal, integrando as ações e as movimentações de luta de libertação e da independência de São Tomé e Príncipe e outros Países africanos que estavam na altura sob o antigo regime colonial português.

Após a conquista da independência conquistada em 12 de Julho de 1975, Alda Graça desempenhou cargos de ministra, Educação, Cultura e Informação, de deputada, tendo sido a primeira e única mulher são-tomense a ocupar o cargo de Presidente da Assembleia Nacional e por dois mandatos.

Alda Neves da Graça Espirito Santos, que desempenhou as funções de Secretária Geral da União Nacional de Escritores e Artistas de São Tomé e Príncipe é autora dos livros de poemas “O Jogral das Ilhas, de 19676 e “É nosso o solo sagrado da terra” de 1978, tendo sido considerada um escritora e poetisa de língua portuguesa.

Nos seus poemas aparecem as mais variadas antologias lusófonas, bem como em jornais e revistas de São Tomé e Príncipe, com Alda Graça a escrever “mataram o rio da minha cidade” numa das suas obras de grande relevância a nível nacional e além fonteiras.

No âmbito da política, Alda Espirito Santo, que sempre pugnou por princípios e valores, sobretudo, sociais, éticos e culturais, foi qualificada por muitos, como a figura política são-tomense de consenso, de paz e de transparência rumo ao desenvolvimento económico do País.

No dia do adeus ao corpo de Alda Espirito Santos, o primeiro Presidente São-Tomense, Manuel Pinto da Costa disse que “ Alda Morreu Triste porque viu os seus ensinamentos a serem alienados por forças retrógradas contra as quais lutou durante décadas”.

“ Morreu triste porque em 35 anos de independência nacional ainda não conseguimos dar sinais se quer de que caminharmos unidos na senda do progresso” – disse ainda Pinto da Costa no difícil adeus a Alda Neves da Graça do Espirito Santo.

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Hoje por ocasião do 10º aniversário do falecimento de Alda Graça várias actividades culturais com destaque para palestras, fazem-se sentir, sobretudo, em diversas centros escolares incluindo o Liceu Nacional, o principal e maior centro escolar do País, onde alberga um pavilhão batizado de Dona Alda em homenagem a considerada a mãe da cultura são-tomense.

Fim/RN

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