Por: Leonel Mendes, jornalista da Agência de Notícias STP-Press
São Tomé, 18 de Dez. 2019 (STP-Press) – O Embaixador da República Popular da China, Wang Wei reafirmou esta quarta-feira, em São Tomé que o Governo Central do seu País continuará a “opor-se firmemente a intervenção de qualquer força externa nos assuntos internos da China através de Hong kong ou Macau”.
Discursando na abertura de uma exposição fotográfica, no Palácio dos Congressos em comemoração ao 20º Aniversário do Retorno de Macau à China assegurou a persistência e melhoria na política de “Um País, Dois Sistemas”, como salvaguarda dos interesses nacionais da soberania, segurança e desenvolvimento.
Reconhecendo que esta política precisa de ser aperfeiçoada e desenvolvida durante a sua implementação, destacou os progressos de Macau ao longo dos últimos 20 anos, desde o retorno à China, nomeadamente, o PIB que em 2018 foi oito vezes maior que o de 1999, enquanto o PIB per capita foi aumentado de 15 mil dólares americanos em 1999, para 83 mil dólares americanos em 2018, ficando assim no primeiro lugar a nível da Ásia e segundo a nível mundial.
Destacou também Macau como destino turístico de reputação global, atraindo anualmente cerca de 40 milhões de turistas.
“Os factos comprovam que a política “Um País, Dois Sistemas” é a melhor para assegurar a prosperidade e estabilidade de longo prazo das duas regiões administractivas especiais da China, nomeadamente, Macau e Hong Kong”, assegurou.
O Embaixador da República Popular da China sublinhou que Macau desempenha um “activo e especial papel” quanto à promoção de cooperação comercial e económica entre a China e os países lusófonos como São Tomé e Príncipe.
Wang Wei recordou que após o restabelecimento das relações diplomáticas entre a China e São Tomé e Príncipe, o intercâmbio e cooperação entre Macau e STP tem intensificado cada vez mais, sobretudo com a adesão do País ao Fórum Macau.
O Embaixador de Portugal, Luís Gaspar da Silva, citando o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva sublinhou que as negociações sobre a transferência de Macau em 1999 “constituem um marco histórico na crónica diplomática portuguesa”.
Para o Embaixador português, este acontecimento memorável veio “consolidar de forma insolúvel, indissolúvel as relações de amizade e de confiança entre os povos e os governos de Portugal e da China”.
Disse que estatuto daquele território foi negociado conjuntamente pelos dois países com o objectivo de garantir a autonomia da Região Administrativa Especial de Macau, RAEM, no pleno respeito pelo princípio “Um País, Dois Sistemas”
Surpreendido com o PIB per capita de Macau apresentado pelo Embaixador Wang Wei, o Embaixador Luís Gaspar da Silva destacou a presença de uma comunidade portuguesa “significativa e ativa” que contribui para “aproximação entre os dois povos”, sobretudo a presença de um número “considerável de agentes económicos que ajudam a intensificação da nossa cooperação económica e empresarial”.
O ministro da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares, Wando Castro sublinhou o simbolismo processo de transição “pacífico, planeado e bem organizado”.
Reafirmou o apoio e solidariedade do Governo São-tomense ao princípio de uma só China.
Estiveram presentes na cerimónia o Vice-presidente da Assembleia Nacional, Guilherme Octaviano, membros do Governo, nomeadamente, ministra da Educação, Julieta Isidro, do Trabalho, Adlander Matos, da Saúde, Edgar Neves, da Juventude Vinício Pina e o Secretário de estado do Comércio, Eugénio António.
Destaque também para a presença do Embaixador de Angola, Joaquim Pombo, Representante do PNUD, Zahira Virane e Deputados da Nação.
Recorde-se que a administração de Macau passou de Portugal para China em 20 de Dezembro de 1999.
Antes desta data, Macau foi colonizada e administrada por Portugal durante mais de 400 anos e é considerada o primeiro entreposto, bem como a última colónia europeia na Ásia.
Desde 20 de Dezembro de 1999, o nome oficial de Macau é “Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China”, (RAEM).
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