Evaristo Carvalho preside cerimónia evocativa do Acordo de Argel que abriu caminho para Independência de São Tomé e Príncipe

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Texto: Jornalista Manuel Dênde

Foto: Lourenço Silva

São Tomé, 26 de Nov. 2019 (STP-Press) – O Presidente São-tomense, Evaristo Carvalho presidiu na manhã de hoje (terça-feira), em São Tomé, uma conferência evocativa respeitante ao “Acordo de Argel”, de 26 de Novembro de 1974, que abriu caminho para Independência política de São Tomé e Príncipe.

Além de vários discursos de algumas figuras presentes no acto organizado pelo líder da Assembleia Nacional, Delfim Neves, a cerimónia foi igualmente marcada, pela primeira vez, por entrega formal pelo Embaixador de Portugal, Luís Gaspar de uma cópia do Acordo de Argel homologada pela Biblioteca Diplomática do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal ao Chefe de Estado de São Tomé e Príncipe, Evaristo Carvalho.

O diplomata português na altura, por volta das 14:42TMG, ao efectuar a entrega formal do documento histórico, considerou de um instrumento que concorreu para a “libertação do povo de São Tomé e Príncipe como povo de Portugal”.

Recorde-se, que em 26 de Novembro de 1974, em Argel, capital da Argélia, uma delegação do MLSTP que representava independentistas São-tomenses, liderada por Miguel Trovoada, então Secretário de Relações Exteriores, reuniu-se, com uma representação da parte lusa, chefiada por Almeida Santos, na altura ministro de Coordenação Territorial, negociou de 23 à 26, o tal acordo que definia as bases para Independência à 12 de Julho de 1975 de São Tomé e Príncipe.

Marcaram também presença na cerimónia várias individualidades, das quais, o Primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, Zaihra Virane, delegada da ONU em São Tomé e Príncipe, membros do Governo assim como das autarquias locais e os ex-presidentes Fradique Menezes e Miguel Trovoada, que relatou em conferência alguns episódios que marcaram as negociações do citado acordo.

Destaque, igualmente, para alguns Deputados e a presença de Leonel Mário d’Alva, então Secretário-geral Adjunto do MLSTP e Primeiro-ministro do Governo de Transição designado pelo MLSTP cuja sede estava em Libreville, capital do vizinho Gabão, País que deu guarida a Luta de Libertação Política da então colonia de São Tomé e Príncipe.

Era, igualmente, notório na plateia, numa das salas da Assembleia Nacional, vários seguimentos da população, ao qual destaque vai para jovens de 10, 11 e 12º ano de diversos Liceus das ilhas de São Tomé, no arquipélago de São Tomé e Príncipe.

A propósito, falando na ocasião, Miguel Trovoada disse que as negociações foram abertas, franca e mediada pelo Governo de Argélia na pessoa do seu então ministro da Educação Superior sob os auspícios do então Chefe de Estado argelino, Houari Boumediene.

“Tratava-se de uma negociação, que sucedia encontros exploratórios de Libreville e Londres, para as quais o nosso objectivo era e tão só a Independência de São Tomé e Príncipe”, avançou Miguel Trovoada.

“E esse acordo, – prosseguiu Miguel Trovoada, – levou a cada uma das partes a cumpri-la. A partir daí, a 21 de Dezembro de 1974, entrou na então província o 1º Governo conduzido por um camarada ao qual o MLSTP escolheu e deu competências para chefiar, nomeadamente, Leonel Mário d’Alva”.

Sublinha-se a propósito deste acordo, Evaristo Carvalho, hoje, Chefe de Estado, era um dos técnicos assessores que integrou também a delegação do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP) e outros dirigentes do presente, que na altura eram ainda bastante jovens.

Marcaram, igualmente, presença na cerimónia, vários diplomatas estrangeiros e diferentes quadros de Administração Pública de São Tomé e Príncipe.

Fim/MD

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