Por: Ricardo Neto, Jornalista da Agência de Notícias STP-Press

São Tomé, 21 Out ( STP-Press ) – A jurista são-tomense, Celiza Deus Lima, considerou hoje de “falsas” as acusações da ministra Elsa Pinto, segunda as quais, seria o rosto do vandalismo as igrejas, tendo considerado um “desespero” da governante “por ter sido ultrapassada pelo Parlamento” no caso do pastor preso na  Costa do Marfim.

“ As declarações da senhora ministra, para além de serem falsas, revelam o desespero de alguém que por omissão no exercício das suas funções e por ter sido ultrapassada pela Assembleia Nacional, [Parlamento] vem de forma covarde, repugnante e maldosa tentar imputar-me a culpa pela sua inabilidade, pela sua incapacidade e incompetência em lidar com o caso” – disse Celiza Deus Lima.

Quanto a suspeição levantada pela ministra sobre o estatuto da jurista neste processo, Celiza Deus Lima explicou que “ sensibilizada com facto de ter sido informada que o pastor Iudumilo Veloso, foi julgado sem ser defendido por um advogado, entendi que deveria juntar-me à onda de solidariedade que se gerou à volta do pastor e oferecer os meus préstimos enquanto advogada a título gratuito”.

“ Para mim não importava se o pastor era ou não culpado, apenas me interessava o facto de não ter sido respeitado o devido processo legal e à mais ampla defesa, enquanto direitos que o assistem a qualquer arguido” – sustentou a jurista Deus Lima, sublinhando que “condeno toda e qualquer forma de violência, pois, nada justifica, a violência, nada justifica o incitamento a violência”.

Sobre quem teria apresentado queixa contra o pastor em causa, a jurista Celiza Lima respondeu que “ a própria Igreja afirmou publicamente que foi a autora da queixa, contra o pastor Ludumilo, só a senhora Ministra não sabia desse facto e veio afirmar que foram alguns colegas pastores”.

“ Todos nós temos bem presente as imagens da senhora ministra defronte à sede da Comissão Eleitoral Distrital de Água-Grande, com um megafone nas mãos a liderar o incitamento à violência,” – disse para depois argumentar que “ aqueles que queimaram as igrejas devem ser punidos, aqueles que incitaram a violência e queimaram o carro de uma magistrada, devem ser igualmente punido”.

“ O seu Deus, é um Deus da Ira, do Hecatombe e da Desgraça, o meu Deus é um Deus do Perdão e do Amor e, da minha parte a senhora está perdoada” – acrescentou a jurista.

Em declarações sexta-feira a imprensa, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Elsa Pinto acusou Celiza Deus Lima, como um das incitadoras do vandalismo de quarta-feira aos edifícios da Igreja Universal, que resultou uma morte, tendo sublinhado na altura que “incitar como incitou, até hoje ao ponto de levar são-tomenses a queimar igrejas, a senhora [ Celiza Deus Lima] é um rosto desta revolta  e tem que assumir as suas consequências”.

Fim/RN

DEIXE UM COMENTÁRIO

Digite seu comentário!
Seu nome