Texto: Ricardo Neto e Neisy Sacramento ** Foto: Lourenço da Silva

São-Tomé, 05 Ags ( STP-Press ) – O actual líder do ADI na oposição são-tomense, Agostinho Fernandes defendeu hoje a realização de um “novo congresso” do partido, tendo-se referido a “uma predisposição, mais  reforçada ainda” com o recente anúncio da intenção da recandidatura do auto-suspenso-presidente, Patrice Trovoada.

Numa conferência de imprensa esta manhã num dos hotéis de São Tomé, Agostinho Fernandes disse que “ o Acórdão do Tribunal Constitucional reconhecendo os legítimos órgãos do partido em nada vem mudar o que já foi anteriormente dito em relação a predisposição da atual direção do partido para a realização de um novo congresso”.

“ Uma predisposição mais reforçada ainda, após o anúncio público feito recentemente pelo Dr. Patrice Trovoada, manifestando, pela 1ª vez desde a sua saída do país em Outubro do ano passado, a sua intenção de apresentar-se aos militantes e ser novamente candidato a liderança do ADI”- sublinhou Agostinho Fernandes. 

Fernandes disse que “face ao persistente clima de desunião, de incompreensão e de intolerância interna, entendo ser do interesse superior do ADI que os militantes do partido sejam chamados a se pronunciar e escolher destino para o partido”

“ Dai, que reitero a minha disponibilidade para que no quadro de um novo congresso que se espera mais congregador, o ADI possa ultrapassar a sua actual crise, e reerguer-se mais unido, mais coeso e mais democrático” – argumentou Agostinho Fernandes.

Tendo declarado que “ Agostinho Fernandes nunca foi e nunca será promotor num factor de desunião no seio do partido” – o líder do ADI sublinhou que “ recuso-me a fazer política suja, politica baixa e vil, política de ódio e política por interesse pessoal”.

“ Não estou na política a qualquer custo, não posso tolerar nem conviver com as persistentes incitações ao ódio, a discórdia e a violência no interior do nosso próprio partido” disse Agostinho Fernandes tendo refutado acusações, segundo, as quais, a sua liderança visa satisfazer os interesse do actual poder formado por MLSTP-PSD mais a coligação PCD-MDFM-UDD.

“ Quero deixar claro que eu nunca tive qualquer tipo de contacto com qualquer dirigente político da actual maioria parlamentar para tratar de questões políticas ou de qualquer outra natureza, para além dos encontros públicos de cortesia que a nova direcção [ do ADI] manteve com os órgãos da soberania e com os partidos políticos”, disse Agostinho Fernandes.

O líder do ADI acrescentou que “ não existe e nem nunca existiu qualquer acordo entre mim ou a nova direção do partido e qualquer outra força politica, que não seja o reiterado desejo de pacificação do País, de fazer política com elevação e transparência de uma oposição construtiva para o bem de todos os são-tomenses”.

Agostinho Fernandes foi eleito  em Maio último por aclamação o novo presidente do partido ADI,  em congresso extraordinário marcado pela ausência dos apoiantes do auto-suspenso presidente Patrice Trovoada, a quem o novo líder manifestou “profunda gratidão” e defendeu “consenso e entendimento” para “fazer o partido avançar”.

Já em Agosto passado o auto-suspenso-presidente do ADI, Patrice Trovoada, admitiu recandidatar-se a liderança do partido em declarações num vídeo conferência na reunião do conselho nacional, também marcada pela ausência da nova direção de Agostinho Fernandes.

Fim/RN

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