Por: Ricardo Neto, Jornalista da Agência de Notícias STP-Press

São-Tomé, 05 Ags ( STP-Press ) – O auto-suspenso-presidente do ADI, Patrice Trovoada, admite recandidatar-se a liderança do partido em declarações num vídeo conferência sábado na reunião do conselho nacional, marcada pela ausência da nova direção de Agostinho Fernandes.

“ Esta será o sentido da minha candidatura e a minha moção de estratégia” disse Patrice Trovoada tendo sublinhado que “ por isso, peço as diferentes comissões que irão organizar o congresso [em Setembro] para fazerem um trabalho sério, muito profissional, muito transparente e democrático quanto a eleição dos delegados”.

“ Espero encontrar homens e mulheres determinados, capazes para caminharem junto comigo para construirmos um novo São Tomé e Príncipe”, disse Trovoada, sublinhando que “ meu desejo, no congresso de final de Setembro é que surge uma direção capaz de levar ADI para outros patamares”.

“ O nosso País precisa de uma recuperação moral, ética, económica, social e das instituições, por isso, tem de surgir uma nova direção do ADI, corajosa, determinada capaz de tirar lições do passado e promover necessárias roturas”, sublinhou

Trovoada disse ainda que “precisamos de ter pessoas certas no lugar certo, para tal no ADI, somos poucos, por isso, vamos ter que abrir e, ter espirito, coração e mentalidade para abrir e atrair outros para no seio do ADI, não só com conhecimento académico, mas sobretudo, com bom comportamento, bom princípio éticos e morais “

Tendo considerado que “ o País está caminhar para o abismo dia após dias”, Trovoada sublinhou que “ esse poder é o pior de todos os tempos” e apelou aos militantes do partido a manifestarem “permanente solidariedade com os companheiros vítimas de perseguição política”, citando entre outras prisões a do seu ex-ministro das Finanças, Américo Ramos bem como a demissão dos juízes do Tribunal Constitucional.

 Além da realização de um próximo congresso, a comissão de gestão do ADI liderada por José da Graça Diogo pretendia ainda com este conselho nacional estabelecer um pacto de reconciliação com a nova direcção liderada por Agostinho Fernandes que de imediato demarcou-se do evento alegando tratar-se de uma “farsa” política.

Em declaração a imprensa, Agostinho Fernandes disse que “a direção do partido não tomará parte neste ato, apesar de estarmos disponíveis para a reconciliação, que deve ser feita com maturidade e não com o mesmo nível de infantilidade que temos vindo a assistir”.

“A reconciliação faz-se conversando e em nenhum momento houve qualquer contacto entre a comissão de gestão, que está extinta, e a nova direção para efeito de reconciliação ou realização da reunião magna do partido”, sustentou Fernandes.

Em Maio ultimo, o ex-ministro são-tomense de Economia, Agostinho Fernandes foi eleito por aclamação o novo presidente do partido ADI,  em congresso extraordinário também marcado pela ausência dos apoiantes do auto-suspenso presidente Patrice Trovoada, a quem o novo líder manifestou “profunda gratidão” e defendeu “consenso e entendimento” para “fazer o partido avançar”.

Fim/RN

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