Por: Ricardo Neto, jornalista da Agência de Notícias STP-Press
São-Tomé, 25 Marc ( STP-Press ) – A ministra são-tomense do Turismo, Cultura, Comercio e Industria, Maria da Graça Lavres teceu duras críticas e acusações contra o Governo Regional, acusando-o de não prestar contas e de estar a fazer oposição ao Governo Central, dentre outras “atrocidades” denunciadas sábado, pela governante, no programa “Para Frente São-Tomé e Príncipe” da Rádio Nacional.
“ As contas do Príncipe estão muito mal controladas, ninguém controla as contas no Príncipe, ninguém consegue controlar as contas do Príncipe, porque quando as Finanças vão à Príncipe para auditorias, encontram os computadores avariados ou, se fizerem o balanço, ficam com receio de dizerem os resultados, porque se disserem os resultados, quem vai para cadeia já se sabe quem é”- sublinhou Graça Lavres.
Questionada sobre como irá fiscalizar as contas do seu ministério na região autónoma do Príncipe, a governante que é natural da ilha do Príncipe, foi perentória em responder que “ já mandei fazer auditória ao fundo do Turismo em São-Tomé, e ao fundo do turismo no Príncipe também vai-se fazer auditória”.
«eles são opositores ao governo, porque são do UMPP e ADI»
Ao acusar o Governo Regional de José Cardoso Cassandra de estar a fazer oposição ao Governo Central de Jorge Bom Jesus, a ministra disse “estou no elenco governamental, um dos motivos é por ser filha do Príncipe, e como eles são opositores ao governo que está no poder, porque são do UMPP e ADI, eles acham que fazer-me oposição é o melhor que podem fazer”.
“ Estou aberta a fazer tudo por Príncipe, mas, é se o governo Regional deixar” disse Graça Lavres tendo sustentado que “há coisa do meu ministério, ao invés de trabalharem comigo preferem trabalhar com outro ministro porque não querem nada comigo”.
“ Faço coisas boas para Príncipe, e eles manipulam, fazem tornar isto contra mim” disse a governante, tendo acrescentado que “ eles me fazem oposição e eu sou filha do Príncipe, …e quero trabalhar com eles, mas, acho que não querem nada comigo”.
«Há momentos que parece que [ditadura] não morre »
Questionada por jornalista sobre a sua posição na altura como delegada ao Dialogo Nacional, em que havia denunciado a existência de ditadura na ilha do Príncipe, Maria da Graça Lavres respondeu que “ havia sim, e há momentos que parece que aquilo não morre”, acrescentando, que “depois das eleições [de 07 de Outubro ultimo] todas as pessoas que participaram na campanha de Nestor Umbelina e do MLSTP-PSD, muitas deles foram para casa, foram diminuídas do escalão”.
“ Eles cometem essas atrocidades sem problema algum, porque ninguém
os penalizam, pelo contrário, há pessoas aqui em São Tomé que acreditam piamente
neles e, pesam que eles fazem tudo de bom”, disse para depois declarar que “Príncipe
tem de ser terra da democracia”.
«o progresso do Príncipe ainda está no P, falta muito para chegar progresso»
Questionada sobre citados progressos registados na ilha do Príncipe, Graça Lavres respondeu que “o progresso do Príncipe ainda está no P, falta muito para chegar progresso, se fizer uma silaba é muito”.
“Podemos falar bem do progresso no Príncipe, porque HBD ajudou o governo a fazer aeroporto, muito bom, HDB ajudou o governo a fazer a residência oficial do governo, muito bom, o senhor do Belo Monte fez a instancia turística, muito bom,… esses são apectos que eu vi, eu quer saber o quê que governo próprio fez?, alguém diz-me quê que governo próprio fez? Nada…”concluiu a ministra.
As declarações foram proferidas sábado pela ministra do Turismo, Cultura, Comercio e Industria, Maria da Graça Lavres, numa entrevista de cerca de duas horas, conduzida por jornalista Silvério Amorim no programa “Para Frente São Tomé e Príncipe” da Rádio Nacional do arquipélago.
Fim/RN