Texto: Ricardo Neto ** Foto: Lourenço da Silva
São-Tomé, 04 Dez. ( STP-Press) – Consumou-se a “Geringonça” com o regresso da “Troika” ao poder numa aliança partidária entre MLSTP-PSD e Coligação PCD-MDFM-UDD com Jorge Bom Jesus na chefia do Governo e Delfim Neves na liderança do Parlamento, numa das hipóteses ventiladas pela STP-Press a 7 de Novembro último, num artigo intitulado: “ADI e Oposição no jogo da “Geringonça” e do “voto Campelo” para governar” o País.
A “Geringonça” é a palavra para designar o acordo de incidência parlamentar que sustenta o actual governo português liderado por António Costa, criado em 2015 numa aliança pós-eleitoral entre o partido socialista, partido comunista, bloco da esquerda e o partido verde, na sequência das eleições legislativas portuguesas, ganhas pelo PSD de Passos Coelho, com uma maioria simples de 38,5 por cento de votos.
Dai que, consumou-se também nesta segunda-feira a “Geringonça” são-tomense através do acordo de incidência parlamentar que sustenta o governo actual de Jorge Bom Jesus resultante aliança entre o MLSTP-PSD com 23 mandatos e a Coligação com cinco perfazendo um total de 28 dos 55 mandatos do Parlamento são-tomense.
Por outro lado, “Voto Campelo” foi protagonizado por um deputado português, Daniel Campelo que a revelia do seu partido, CDS-PP, furou a disciplina da sua bancada parlamentar e votou a favor do orçamento do governo sustentado por uma outra bancada, durante a XIII legislatura da Assembleia da República Portuguesa (1999.2002). Caso que ficou conhecido como “Voto Campelo” por “Orçamento do Queijo Limiano”.
Dai que, o fenómeno “ voto Campelo” que estava mais na expectativa do ADI, partido vencedor das eleições legislativas com uma maioria simples de 23 mandatos, não chegou a funcionar a favor desta força política, uma vez que, logo na instalação do novo Parlamento são-tomense, a nova maioria formada por MLSTP e Coligação conquistou de forma clara e inequívoca a presidência parlamentar que recaiu na pessoa de Delfim Neves do PCD.
A partir daí, consumou-se a “Geringonça” com o próprio Presidente da República, Evaristo Carvalho a argumentar no seu decreto de nomeação de Jorge Bom Jesus do MLSTP-PSD, que a sua decisão ficou dever-se sobretudo “a actaul correlação de forças políticas” no Parlamento na sequência do pacto entre os partidos da conhecida “Troika” que regressa ao poder, quatro anos depois, por via das eleições e com uma maioria sustentável de 28 mandatos parlamentares.
Fim/RN