São-Tomé, 26 Jun ( STP-Press ) – O governo são-tomense manifestou hoje “inquietação” da decisão do juiz “ que ordenou a soltura” do protagonista da tentativa de subversão constitucional, Gaudêncio Costa, contrariando a aplicação da “prisão preventiva como medida de coação promovida pelo ministério público”, revelando a “banalização pela justiça de um crime contra a segurança do Estado”.
Em nota de imprensa enviada esta tarde a STP-Press, o governo diz que “foi com profunda inquietação que tomou conhecimento que o juiz de instrução Senhor Francisco Silva, que tinha que decidir sobre a medida de coação, na ocorrência, a prisão preventiva promovida pela Procuradoria-Geral da República, ordenou a soltura do senhor Gaudêncio Luís da Costa, o elo principal de coordenação entre o grupo de políticos mandantes de que é parte e os executantes do assassinato, não tendo sido sequer emitido um mandato de busca e apreensão contra o mesmo”.
“Esta decisão do Juiz de instrução, quando se conhecem as condições em que os tribunais decretam prisões preventivas que transbordam as cadeias do País, revela a banalização pela justiça da tentativa de um crime contra a segurança do Estado, traduzido numa tentativa de assassinato de um Primeiro-Ministro e Chefe do Governo, democraticamente eleito”- Lê-se na nota de imprensa saída esta tarde da reunião do conselho de ministros.
O governo diz ainda “repugnar qualquer observador, por conseguinte, a total liberdade dada aos executantes do assassinato para continuarem a sua actividade criminosa, destruir as provas e restabelecer contatos com os restantes envolvidos e preparação de novas formas de atuação que lhes permitam escapar à justiça e vestir o traje de impunidade”.
O executivo lamentou ainda “ o facto de certos sectores no seio da classe política não ter conseguido liberta-se dos velhos rancores e ódios e ter condenado, sem tergiversações nem condições ou ressalvas, um acto de indescritível vileza e cobardia.”
De acordo com a nota “as forças de defesa e segurança manter-se-ão vigilantes e seguirão todos os movimentos suspeitos dentro e fora do País ao mesmo tempo que aprofundarão os inquéritos, investigações bem como desenvolverão todas as ações necessárias com colaboração de Países amigos e instituições internacionais para que sejam revelados todos os participantes e cumplicidades na preparação deste assassinato e grau de responsabilidade de cada um”.
Igualmente o governo assegura que “tudo será feito para que nada perturbe a marcha democrática do País e para que as eleições legislativas, autárquicas e regionais previstas para este ano decorram regularmente e que o povo exprima o seu inequívoco repúdio ao uso da força e da violência na política”.
O caso de tentativa de subversão constitucional foi tornado público na última quinta-feira numa declaração feita pelo ministro são-tomense da Defesa, Arlindo Ramos dando conta que as Forças da Defesa e Segurança desmantelaram uma operação que visava o assassinato ao primeiro-ministro, num plano orquestrado por um grupo coordenado por um dirigente político da oposição Gaudência Costa auxiliado por sargento Ajax do exército são-tomense.
Fim/RN