Texto: Ricardo Neto ** Foto: InterMamata
São Tomé, 04 Jan (STP-Press) – Rei Amador, a figura emblemática da história são-tomense, vai contar a partir de Abril próximo com um monumento de grande dimensão nos arredores da capital São-Tomé, anunciou hoje o ministro são-tomense da Cultura, Olinto Daio que presidiu o acto central das actividades em comemoração ao dia do considerado percursor da luta de libertação e da independência de São-Tomé e Príncipe.
O acto de deposição de flores no busto do Rei Amador no jardim do arquivo histórico nacional, situado nos arredores da capital de São Tomé, marcou o ponto alto das actividades em honra do líder da revolta dos escravos na luta anti-colonial, em cerimónia presidida esta manhã pelo ministro são-tomense da Educação Cultura, Ciência e Comunicação, Olinto Daio, na presença de altos responsáveis do sector e convidados.
Em declaração a imprensa, o ministro Olinto Daio anunciou para Abril próximo a inauguração nos arredores da capital são-tomense de um monumento “de maior dimensão” em honra ao Rei Amador que coincidirá com a data do mês da cultura são-tomense.
“ A nossa esperança é que no mês de Abril tenhamos pronto, o monumento com maior dimensão em honra do Rei Amador” disse Olinto Daio, tendo sublinhado que “no próximo ano possamos ter uma celebração a mais alto nível”
Tendo defendido que Rei Amador deve continuar a ser figura de referência dos são-tomenses, sobretudo, nos aspetos dos valores, nomeadamente “coragem” e “firmeza” contra qualquer tipo de opressão, o ministro considerou que o sector da “educação tem um papel fundamental na transmissão deste valores e conhecimentos” para a nova geração numa perspetiva da construção de uma nação desenvolvida e próspera.
Aprovado em Março de 2004 pela Assembleia Nacional (Parlamento), o novo feriado nacional entrou nos calendários do arquipélago, na sequência de um projecto-lei que se insere no âmbito da política de preservação da história e da cultura são-tomense.
Segundo um documento do arquivo histórico de São Tomé e Príncipe, Rei Amador “Viera” liderou em 1595 uma revolta de escravos, na tentativa de libertar as ilhas do regime colonial português e pôr fim ao trabalho escravo nas plantações de cana do açúcar.
O Rei Amador, considerado rei dos Angolares (escravos vindos de Angola) terá sido preso e morto em 1596, refere ainda o documento.
São Tomé e Príncipe conseguiu a independência em 12 Julho de 1975, na sequência da saída dos colonos portugueses, já em plena era da produção do cacau que sucedeu ao ciclo de cana do açúcar (1470- 1800).
Fim/RN