Texto: Ricardo Neto ** Foto: Lourenço da Silva
São-Tomé, 07 Jan ( STP-Press ) – O governo de São Tomé e Príncipe decidiu mover uma queixa-crime contra Isabel Santiago por “danos irreparáveis a imagem do País” como consequência de um “infundado” inquérito, dando conta que “ crianças são-tomenses bebem mais álcool do que leite”, informou hoje o porta voz do executivo, Adelino Lucas, Secretário de Estado para Comunicação Social.
Num comunicado lido a imprensa, Adelino Lucas, sublinhou que o governo “exige que a mesma peça desculpas pública aos são-tomenses, principalmente as inocentes crianças e anuncia que face a gravidade da situação, vai apresentar uma queixa-crime contra a senhora Isabel Santiago por danos irreparáveis a imagem do País e dos seus habitantes”.
“Repudiando comportamentos de pessoas com interesses inconfessáveis, políticos, de politiquice ou de estudos de investigação”, Lucas adiantou que “ governo vai remeter uma carta à reitoria da Universidade de Medicina de Lisboa, bem como a revista “Acta Médica de Lisboa” a informar que a dita investigadora não cumpriu as formalidades exigidas pelas leis da República Democrática de São Tomé e Príncipe e que não se deve dar credibilidade”.
“ O dito inquérito de Isabel Santiago cai em saco roto, quando os dados estatísticos referem que nunca se importou e se tem vindo a consumir tanto leite e refrigerantes como nos últimos tempos” – disse o porta-voz do governo sublinhando tratar-se de “ publicação propagandista, claramente, assente numa atitude de alguém que vive num emaranhado de ambições políticas desmedidas e de pseudo-investigação”.
“ Se a dita investigadora quisesse ser séria, responsável e se assumir como uma agente de produção de estudos, no mínimo, deveria primeiramente apresentar o seu dito estudo em São Tomé e Príncipe para ser devidamente analisado e validado, segundo as regras que se observam em qualquer parte do mundo, para só depois “dar o seu show off” na imprensa estrangeira” – diz o comunicado.
O documento fez ainda referência que “ também em Portugal, País de que é originária a Senhora Isabel Santiago, tem igualmente suas regras para que algum estudioso possa desenvolver trabalhos e serem publicados. Também aí, a dita investigadora ignorou as tramitações legais e num ápice, como que em cumprimento de alguma missão encomendada, publica o seu trabalho que é traduzido numa autêntica e vergonhosa mentira, denegrindo as crianças são-tomenses e todo um povo”.
“Lamenta-se como a imprensa portuguesa, minimamente conhecedora das realidades da sua ex-colónia, se possa prestar a publicação de notícias ou estudos duvidosos e produzidos em condições metodologicamente pouco sérias e eticamente reprováveis” – acrescenta o comunicado do governo.
O documento acrescenta que “ ao tudo indica Isabel Santiago teria pululado em São Tomé e Príncipe, de um lado para o outro, com ajuda de alguns escuteiros, sem qualquer equipa técnica credenciada e capacidade para um inquérito que se preze, aliás como já referimos, o Instituto Nacional de Estatísticas em momento algum foi tido nem achado neste processo”.
“ Para qualquer esclarecimento sobre esse tema, os dados da OMS e os resultados do MICs 2014 desmentem categoricamente os resultados apresentado por essa senhora”, diz o comunicado que acrescenta que o Estado são-tomense é um Estado aberto a quaisquer tipo de estudos, sejam eles públicos ou privados, de natureza científica ou outra, mas para o feito existem regras e princípios sacrossantos que devem ser cumpridos e respeitados”.
Fim/RN